segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Há exatos 23 anos, perdíamos um precursor do rock nacional, Raul Seixas.


O maluco beleza, Raul Seixas dispensa apresentações, com 26 anos de carreira, 21 discos lançados, firmou-se no cenário da música e no imaginário cultural brasileiro.


Com interesses em filosofia, história, misticismo e psicologia, escrevia letras irreverentes. Alguma delas, como Não Pare na Pista, tinham como pano de fundo os momentos em cima das 4 rodas.
Não pare na pista/ É muito cedo/ Prá você se acostumar/ Amor não desista/ Se você pára/ O carro pode te pegar/ Bibi! Fonfon! Pepê!/ Se você pára/ O carro pode te pegar (Let Me Sing My Rock And Roll, 1985).
Também regravou Rua Augusta, de Hervé Cordovil.
Entrei na Rua Augusta/ A 120 por hora/ Toquei a turma toda/ Do passeio prá fora/ Com 3 pneus carecas/ Sem usar a buzina (...)Meu carro não tem breque/ Não tem luz/ Não tem buzina/ Tem 3 carburadores/ Todos os 3 envenenados (Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock, 1973).
Mas a música que fez Raul Seixas estourar nas paradas e transformá-lo em “astro do rock popular brasileiro” foi o compacto Ouro de Tolo onde critica aspirações da classe média que apoiou o milagre econômico da ditadura e cita o Corcel, considerado o Carro do Ano de 1973, pela revista Autoesporte.

Corcel

Em, 1973, o Brasil passava pelo milagre econômico ao mesmo tempo em que vivia uma política de repressão. É nesse contexto, que Raul Seixas convoca a imprensa para assistir e transmitir sua performance em plena av. Rio Branco.

Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego/ Sou o dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês/ Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista/  Eu devia estar feliz porque consegui comprar um Corcel 73 (Krig-ha, Bandolo!, 1973).
O Corcel 73 que o Raulzito cantava tinha ganhado uma grade nova com o logo da Ford ao centro, novo design para o capô com duas faixas pretas paralelas, pára-lamas e lanternas traseiras. Ganhou o público e a crítica especializada.


Quando a Ford adquiriu a Willys do Brasil, comprou junto o Projeto M. Percebendo que ali estava um novo sucesso, firmou parceria com a Renault, e juntas desenvolveram dois modelos diferentes: Renault 12, para a França e Ford Corcel, para o Brasil.


Lançando em 1969, o primeiro Corcel era uma sedã com 4 portas, com um motor de quatro cilindros, tinha 1,3 l de cilindrada e 68 cv de potência.


Entretanto, após o sucesso do Mustang, a Ford percebeu que havia um tipo novo de consumidor, os compradores de carros esportivos nacionais. Assim, em 1970, no VII Salão do Automóvel, ao lado de modelos como Dodge Charger, da Chrysler e do Karmann-Ghia TC da Volkswagen, a Ford apresentou o Corcel GT, com um visual mais arrojado, capô preto-fosco, com tomada de ar, motor mais potente - 1,4 l de cilindrada, 85 cv de potência que fazia de 0 a 100 km/h em 17 segundos e sua velocidade máximo aproximava-se dos 145 km/h.


 Foi um sucesso de vendas. E com o lançamento do Belina, em março de 1970, da versão Perua de luxo em 1972, a linha Corcel era a mais completa da época.


O Corcel permaneceu com esse desenho até 1978, quando foi totalmente redesenhado e batizado como Corcel II.


 Surgiu também a versão picape, a Pampa.
O Corcel II também vendeu muito bem, mas em julho de 1986, último Corcel deixava as linhas de produção.
Sua herança ficaria para os outros modelos:Belina, Pampa e o luxuoso Del Rey.


Fontes:

Pesquisa:
Será - Informação e Memória
www.sera-im.com.br

Revisão:
Amauri Moreira

Imagem de capa:
Mayumi Fujishiro


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